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O que eu aprendi com as Doutoras e os Doutores das Leis...

                                                        Dentro do mundo jurídico existe uma espécie inquietante de Doutor(a): os(as) donos(as) das leis e do conhecimento. Esses ditos doutores atuam em dois âmbitos distintos: dentro da academia ou dentro dos órgãos públicos e privados do mundo jurídico. O primeiro desses doutores atuam na academia, ocupando o locus da Universidade, fizeram pós-graduação, mestrado, doutorado e, muitos deles, até lecionam na Universidade. O mais irônico disso tudo, é que muitos deles recebem a denominação de "professor" ou "professora", sem nem se preocuparem em exercer essa maravilhosa profissão ou sem nem se preocuparem em vivenciar e construir, de fato, o ambiente universitário. Aliás, muitos deles atuam na Universidade Pública, sem nem se preocuparem em construir uma Universidade, efetivamente, pública, e não estatal ou privada. Perpetuam uma educação bancária e emburrecedora. Reafirmam a (i)lógica produtivista do Currículo
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Os desafios de ser mulher no âmbito acadêmico

     Pensando no design do blog, fiz uma montagem com fotos de pessoas que me inspirassem. Na imagem - localizada na parte superior do blog - está o Freud, O Trabalhador (representando a luta de classes e as desigualdades sociais decorrentes da exploração de uma classe sobre a outra), Saramago, O Índio (representando os primórdios da nascença do Brasil e a pulsão pela cultura genuinamente tupininquim e latinoamericana), Enrique Dussel, Chico Buarque, Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir.  Tal imagem me causou/a muito incômodo, pois só há uma mulher. Pensei, assim, em colocar uma figura feminina como índia e trabalhadora, mas não o fiz. Pois ao fazer isso, pensei que estaria colocando novamente as mulheres como vítimas e marginalizadas.         É com esse incômodo, então, que a imagem me fez refletir o quanto a literatura e o conhecimento acadêmico são predominantemente protagonizados por homens. E na minha condição de mulher preocupada em criticar a realidade vigente e enga

Alteridade: marco norteador!

     Se há uma palavra que acredito sintetizar o sentido da vida e da atuação política, essa palavra é a Alteridade. Enrique Dussel - professor autônomo da Universidade do México - é um dos grandes expoentes da Filosofia da Libertação e da Teoria da Alteridade, teorias pautadas no pensamento descolonial latino americano e de crítica sob a nossa realidade.      Tal teoria pauta-se na ideia de que os povos latino americanos - por terem sido colonizados pelo países centrais europeus - até hoje possuem um pensamento dos países centrais sobre a realidade que estão inseridos, sendo um pensamento desconexo com a própria realidade que vivem. A teoria, então, nos alerta sobre as desigualdades sociais e as opressões existente na América Latina por conta desse domínio cultural, ideológico dos países centrais que perduram até os dias de hoje. Além disso, atenta para as próprias contradições existentes dentro dos próprias países latino americanos por conta das desigualdades sociais e a exploraçã

O "complexo de vira lata" 54 anos depois.

      "Se eu tivesse de resumir o século XX, diria que despertou as maiores esperanças já concebidas pela humanidade e destruiu todas as ilusões e ideias." Dizia o músico inglês Yehudi Menuhin acerca do século interminável. Compreender o século XX, é compreender que ele não terminou. O grande historiador Eric Hobsbawn o denominou de Era dos Extremos, dizendo que tinha se iniciado em 1914 com o colapso da 1ª Guerra (ou Grande Guerra - expressão usada por Hobsbawn - que durou 31 anos, de 1914 à 1945),  e teria terminado em 1991 com o fim da União Soviética. Independentemente do calendário cronológico ou a classificação dada por grandes historiadores, as consequências do século passado ainda perpetuam nos dias atuais.        Explicar a crise da Ucrânia ou entender os conflitos na Venezuela, é lembrar dos mortos das Grandes Guerras, das ditaduras latino-americanas, da Guerra Fria.  É perceber que as pessoas se dividem por interesses políticos, econômicos, sociais - e que a neu

Mistérios do universo

            Uma multidão entoa com  Robe rto Carlos que é   “Pr eciso saber viver”, com o Titãs não é diferente: a música Epitáfio, feito pelo compositor Sérgio Britto convoca uma legião de fãs da banda a trovar as palavras que soam como um mantra de como viver melhor. Nesta música, o eu-lírico lamenta-se por não ter aproveitado a vida, de ter se importado demasiadamente com problemas pequenos e por ter relutado tanto em aceitar algumas pessoas e situações. No mesmo sentido de Epitáfio, há inúmeras outras  poesias que são versos de lamentações e arrependimentos por não terem feito tudo que queriam. Há uma famosa do Mário Quintana, denominada “Seiscentos e sessenta e seis”, na qual a voz do poema inicia falando sobre como o tempo passa rápido, já que de repente são seis horas, sexta-feira, natal, fim de ano... o poema, então, é finalizado com inúmeras queixas de como o tempo poderia ter sido melhor aproveitado ou de como foi errado deixar um grande amor escapar. M as não são só

A louca chamada esperança

   Dizia Má rio Quintana que no décimo segundo anda r havia uma louca chamada Espe rança. Em em meio a tantas buzinas,  recos- recos e si renes ela ati rou-se no chão, fazendo  um belo voo, chegando incólume na calçada. As pessoas se ap roximavam e a indagavam, pe rguntando o seu nome. E bem devaga rinho, dizia: "Es-pe- ran-ça".    Mais um ano se começa, e com um novo ano,  ressu rge a Louca Chamada Espe rança. Ninguém ao ce rto sabe de onde ela vem, se do décimo segundo anda r ou se de um pa raíso distante . Com a p romessa do novo,  renasce a vontade de que re r muda r tudo que foi  ruim nos anos ante rio res . Que rem manda r embo ra as t ristezas das  pe rdas amo rosas, as f rust r ações, as decepções, o beijo que nunca veio, a viagem que não foi feita, a misé ria sentida, o medo pulsante,  a saúde que foi falha, o desespe ro que foi g rande, as ofensas que não se cala ram, os p roblemas monetá rios, as injustiças g ritantes, a violência sang renta, os sonhos despe rdi